quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

[Cinema] - Deram muito o que falar


   Ao longo da história do cinema mundial, muitas produções causaram controvérsias e polêmicas, seja por conteúdo de teor sexual, violência, e/ou temas que podem entrar em conflito com os princípios e crenças do telespectador, sejam elas religiosas, filosóficas ou psicológicas. Tais temas que acarretam em proibições de diversas produções audiovisuais em vários países; o que não concordo, até por que ninguém é obrigado a ver um filme que não quer.
  A seguir, citarei os filmes que mais causaram polêmica durante sua exibição e, por incrível que pareça, a grande maioria deles, hoje em dia, se transformaram em clássicos cult. Todavia, também existem muitas produções, muitas mesmo, que continuam inéditas e de comercialização proibida em vários países.

 
LARANJA MECÂNICA (Stanley Kubrick, 1971)

  Alex e seus amigos delinquentes espancam, matam, roubam, estupram e sentem prazer em praticar tais atos, principalmente quando as vítimas são indefesas. Pego pela polícia, ele vira cobaia de experimentos voltados para o fim de impulsos violêntos.
  O diretor, Stanley Kubrick recebeu severas críticas, pelo conteúdo violento do filme, além de ser ameaçado de morte. Ele ordenou que o longa fosse retirado de cartaz no Reino Unido. 


O EXORCISTA (William Friedkin, 1973)
   
  Uma menina de doze anos começa a se comportar de forma diferente e assustadora. A mãe, depois de procurar vários médicos, pede ajuda a um padre, que conclui que a garota está possuída por um demônio. Ele pede ajuda a outro sacerdote para tentar exorcizar a menina.
  Considerado o filme mais assustador de todos os tempos (apesar de, hoje em dia, muitos acharem engraçado). O exorcista arrastou multidões ao cinema e foi indicado ao Oscar como melhor filme em 1974. Assim que foi lançado, a igreja o condenou e alegou que o mesmo faz apologia ao satanismo. Nove pessoas que trabalhavam na produção do longa morreram de forma inesperada.


ANTICRISTO (Lars Von Trier, 2009)

  Depois da morte trágica do filho, a mãe fica traumatizada. O marido tenta ajudá-la e a leva para uma cabana na floresta pra tentar fazer uma espécie de terapia, isolando-se do mundo. Chegando lá, coisas estranhas começam a acontecer.
  Possui cenas fortes e explicitas de violência, sexo e mutilação genital: a esposa decepa o próprio clitóris com uma tesoura, a mesma bate uma pedra no pênis do marido, que ejacula sangue.
  O longa foi recebido com vaias no festival de Cannes.


CALÍGULA (Tinto Brass, 1979)

  O filme conta a história de Calígula, tirano que comandou o Império Romano durante 4 anos. Em seu reinado orgíaco e sangrento, ele fez assassinar vários membros do senado romano, casou-se com a própria irmã Drusila e concedeu ao seu cavalo, Incitatus, o cargo de senador.

  Considerado o maior pornô-epico da história do cinema, Calígula apresenta cenas de sexo explicito, extrema violência, flagelação sado-masoquista, etc. Foi fortemente atacado pelas críticas durante sua exibição, Roger Ebert, um famoso analista e crítico cinematográfico, abandonou a sessão antes mesmo do fim, o descrevendo como “lixo e vergonhoso”.
  Hoje em dia, Calígula é considerado um clássico e já teve várias edições especiais e de colecionador lançadas em DVD e Bluray.



 
O ÚLTIMO TANGO EM PARIS (Bernardo Bertolucci, 1972)

  Enquanto procura um apartamento em Paris, uma bela jovem (Maria Schneider) conhece um americano (Marlon Brando), cuja esposa recentemente cometeu suicídio. Instantaneamente um deseja o outro ardentemente e iniciam naquele momento um tórrido affair. Eles combinam que não revelariam nada de suas vidas, nem mesmo seus nomes, sendo que o objetivo dos encontros seria basicamente sexo. Mas gradativamente os acontecimentos vão fugindo do controle de ambos.

  Apesar do sucesso nas bilheterias e ser considerado uma obra-prima, o filme foi censurado em vários países por conter cenas de sexo explicito e violência sexual. A famosa cena da “manteiga”, onde Paul utiliza o produto para fazer sexo anal com Jeannie, foi uma das cenas mais comentadas e censuradas.


 
SALÓ: 120 DIAS DE SODOMA (Pier Paolo Pasolini, 1975)

  Passa-se na Itália controlada pelos nazistas, onde quatro libertários fascistas sequestram 16 jovens e os aprisionam em uma mansão com guardas. A partir daí, eles passam a serem usados como fonte de prazer, masoquismo e morte.
    
  Os jovens aprisionados são submetidos a vários gêneros de tortura: estupro, espancamento e até coprofagia (ingestão de excrementos). O longa, que foi baseado no livro “os 120 dias de sodoma” do Marquês de Sade, continua a chocar quem o assiste; teve sua exibição proibida em inúmeros países e, hoje em dia, é considerado mais um clássico Cult e está disponível em DVD e Blu Ray, ambos em edições especiais e comemorativas.




TERROR SEM LIMITES (Srđan Spasojević, 2010)

  Na Sérvia, o ator pornô apostentado Milos (Srdjan Todorovic) tem uma vida tranquila com sua amada esposa Marija (Jelena Gavrilovic) e seu pequeno filho Peter, que só lhe dá orgulho e alegria. A família vem enfrentando problemas financeiros e por isso Milos decide voltar à ativa. Ele recebe uma proposta para participar de um filme pornô experimental e é apresentado ao diretor Vukmir (Sergej Trifunovic). O ator assina um contrato às escuras, sem saber que o iria participar de um filme snuff, repleto de pedofilia, necrofilia, tortura física e mental. Ele tentará proteger a sua família e a si mesmo quando perceber no que está envolvido, mas nem todos os filmes tem um final feliz.

  Necrofilia, extrema violência, suicídio e até, cenas que remetem a pedofilia (com recém-nascido). Este sim, deu muuito o que falar. Foi retirado do festival fantástico do rio em 2011 a mando da Caixa Econômica, que era patrocinadora do evento. Depois de brigas judiciais, o filme foi autorizado pelo juiz Ricardo Machado Rabelo no dia 5 de julho de 2012 a ser exibido em cinemas nacionais. Ainda continua banido em alguns países e teve várias cenas cortadas.  



HOLOCAUSTO CANIBAL (Ruggero Deodato, 1980)

  Professor da Universidade de Nova York vai atrás de uns documentaristas perdidos, quando esses saíram para filmar na Amazônia. Lá chegando, ele descobre os horrores que eles passaram nas mãos de canibais.

  Holocausto Canibal causou tanta confusão que, assim que foi lançado, o diretor foi alvo de investigações POLICIAIS. Sim, acreditavam que os atores que participaram do filme, foram realmente mortos (as cenas foram muito bem feitas). Após ser inocentado, ele teve que ir a um programa de televisão e levar todos os atores, para provar que eles estavam vivos. O filme também apresenta cenas fortíssimas, com mortes de animais, como uma tartaruga e um macaco. Constatou-se que, esses sim, eram reais.



  Existem sim, filmes que possam nos chocar em determinadas cenas, mas não podemos julgá-los, apenas por isso. Com um olhar crítico, devemos julgá-los sim, pela qualidade de um modo geral. Saber qual mensagem o diretor quer nos passar e tentar entender o contexto social apresentado para que tal cena aconteça. Roteiro, narrativa, fotografia, atuação, tudo isso influencia na qualidade técnica de um filme, onde, por fim, o produto final é apresentado, mas os jurados, sempre somos nós: telespectadores.



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